Vereadores participam de debate sobre a gestão de escolas públicas
A militarização das escolas públicas estaduais em Rondônia vem sendo discutida em vários municípios. No último dia 17 de agosto, os vereadores de Cacoal, foram convidados a participar de debate sobre a questão, no plenário da Casa.
O evento realizado pelo SINTERO – Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia, regional de Cacoal, reuniu além dos legisladores, comunidade, alunos e educadores, que se posicionaram a favor ou contra a gestão militar nas escolas.
O presidente da Câmara Municipal de Cacoal, Paulinho do Cinema, disse que é preciso se aprofundar mais na questão, para depois ser tomada a decisão mais adequada, “É preciso resolver a situação da educação de forma a solucionar os problemas existentes que foram sendo criados há mais de uma década”, disse o vereador.
O vereador Jabá Moreira disse que os erros da educação, são, em parte, reflexo de erros de toda a sociedade, “A transferência de obrigações, como é o caso da segurança pública de um modo geral, resulta em busca por alternativas que causam desencontro com a democracia, uma vez que somente a militarização não é a solução para o descaso com as nossas escolas, mas um conjunto de ações, que começam na educação familiar e vão até o respeito na comunidade, essa ainda é a melhor solução para o país”. Jabá ressalta ainda, que não é contra a escola militar, mas a militarização de escolas que não foram formadas no modelo militar. Parabenizou a Polícia Militar pelo trabalho em Rondônia e sua contribuição em projetos de desenvolvimento em escolas públicas como, por exemplo, o PROERD – Programa Educacional de Resistência às Drogas. “Cacoal em primeiro Lugar”
Para a vereadora Maria Simões, o governo tem que explicar, no ato da matrícula, a política da escola. “Vivemos em um país democrático e acredito que o governo deveria dar opções para os pais. Livre escolha”, completou a parlamentar.
O vereador professor Nilton, considera o projeto um equívoco por parte do governo. “O caminho para melhorar o IDEB – índice de Desenvolvimento da Educação Básica, é investir nos profissionais da educação melhorando seus rendimentos, contratando mais orientadores escolares, psicólogos, no mínimo dobrar o PROAF – Pró Reitoria de Administração Financeira de R$8,00 para R$16,00 reais. Criar meios para aproximar mais as famílias das escolas, melhorar as estruturas físicas das escolas, criar ou melhorar os espaços para a prática de esportes, laboratórios para pesquisas, internet de qualidade. Assim, com certeza teremos uma educação de excelência, pois os professores de Rondônia estão preparados para proporcionar o melhor para nossos alunos. O que falta é apoio do governo”, desabafou o vereador.
Lionilda Simão de Souza, representante do SINTERO, disse que há uma diferença entre escola militar e a militarização das escolas públicas. “Nós não criticamos a polícia militar, que inclusive são nossos parceiros, mas não podemos aceitar que policiais militares tomem a educação e queiram gerir a educação. Deve ser prerrogativa dos pais e alunos escolherem se querem estar em uma escola militar ou não”, comentou ela.
O projeto de Lei foi proposto pelo deputado estadual, Jesuíno Boabaid que viu na militarização uma maneira de reforçar o cumprimento das leis e responsabilizar a família pela educação de seus filhos.
ASCOM-CMC
Siomara de Oliveira
MTE 953/RO