“O que é R$ 35 mil perto de R$ 1,4 milhão desviados com combustíveis?”, questiona presidente da Câmara de Cacoal ao falar sobre o Tarifa Zero
“O que é R$ 35 mil perto de uma denúncia de desvio de R$ 1,4 milhão com combustíveis pelo município e que até agora a Justiça não fez nada? O que é R$ 35 mil para um município que paga R$ 25 mil na locação de um Papai Noel inflável? O que é R$ 35 mil para um prefeito que paga R$ 50 mil em um evento de “Racha” em Cacoal? Então, com certeza sou favorável à este Projeto muito importante não só para o distrito do Riozinho, mas também para Cacoal”.
A fala é do presidente da Câmara de Cacoal, João Paulo Pichek (Republicanos), e se refere aos 35 mil reais que serão gastos mensalmente com cada um dos quatro ônibus que farão a rota do Transporte Coletivo Urbano de Cacoal após a instituição da Tarifa Zero. O Projeto de Lei 01/2023 de autoria do Executivo que trata sobre o assunto foi aprovado na Sessão Extraordinária realizada pelo Legislativo do município realizada na manhã deste sábado (11).
Na oportunidade, ao abordar o assunto, Pichek também justificou sua ausência nas reuniões que discutiram o Itinerário do Transporte no distrito do Riozinho e de Comissões para discutir o Projeto, esclarecendo que estava cumprindo agenda de trabalho na capital do estado, mas disse que soube que foi cogitada a ideia de incluir uma emenda para atender também o distrito de Divinópolis, localizado há cerca de 40 quilômetros de Cacoal.
“É um distrito com pessoas que também precisam se locomover até a cidade para fazer suas compras, vir até um Hospital, e tudo que precisa e não para passear. Então fica aqui prefeito uma reflexão para que o senhor use o dinheiro de uma forma correta para os nossos cacoalenses”, retomou, acrescentando: “até porque, como eu disse, se pegar os R$ 1,4 milhão que foram desviados de combustíveis, e dividir com os gastos nos ônibus, pode ter certeza que com este valor desviado, atenderia todos os bairros do município de Cacoal, mas infelizmente a Justiça as vezes, se preocupando mais com lado pessoal de vereador do que com gastos do prefeito”.
Projeto atropelado
O presidente da Câmara de Cacoal ressaltou ainda que o Projeto foi “atropelado. “Vai beneficiar a população, sim! Nenhum vereador é contra, mas foi atropelado e o prefeito sabia a mais de um ano que o transporte estava com problemas. Mas preferiu fazer isso no período de recesso, colocou o Projeto em tramitação com pedido de urgência no momento em que a maioria da base estava em Porto Velho, e joga a Câmara contra a população do Riozinho”, explanou, complementando que o contrário, não pode ocorrer de forma alguma, “pois a população não sabe o que acontece nos bastidores”.
“Seja homem prefeito, não é a primeira vez que o senhor faz isso, foram várias. Enquanto for presidente, vou defender esta Câmara nos quatro cantos, independente se o vereador seja da base ou não. Tanto que está aqui a prova: fizemos reuniões, e agora estamos aqui em pleno sábado votando a aprovação. E não só com este Projeto, mas com todos, temos trabalhado com transparência. Mesmo assim, o prefeito tem a capacidade de falar mal da Câmara”, concluiu.
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Assessoria do vereador